filha da
p***


E também é bom saber que chegaste até aqui. Se foi por curiosidade ou intriga que chegaste, os próximos parágrafos explicar-te-ão um pouco mais sobre este projeto.







Mas na verdade,


    não tem de haver justificação para um texto que se escreve — como outras coisas da vida que não precisam de explicação. A sexualidade é uma dessas coisas: já havia na espécie humana (em todas as espécies) antes de haver países ou legislação, já fazia parte da vida das pessoas antes de se tornar assunto. Até porque a legislação é inevitavelmente uma censura: é decidida por uns quantos idivíduos e passa a impor-se a todos os restantes, na esperança de ser correta e portanto universal. Assim acontece em relação a tudo o que é legislado, desde a moda à mobilidade, desde o lazer à gastronomia.

Por isso, como numa discussão de café ou conversa entre crianças, este texto decidiu falar de sexualidade em modo livre: sem teses, sem tom erudito ou linguisticamente correto. Porque todos os assuntos podem ser discutidao por qualquer pessoa, todos as palavras podem ser úteis para exprimir ideias e conotações. Se assim não fosse, não haveria palavrões em nenhuma língua; e qualquer expressão sobre sexualidade, seja qual o conteúdo ou formalidade, torna-nos a todos iguais destinatários







Daí que talvez fizesse sentido construir este pequeno texto com a liberdade imaginativa de um poema — para ser lido por prazer, por devaneio, ou por não ter mais naa que fazer numa viagem de metro. Mas um poema que se lê em 3 minutos não sentiu necessidade de ser publicado ou vendido — aliás, que preço teria? Por isso preferiu ser um texto de distribuição gratuita: para quem gosta de ler e para quem não gosta, por muito interesse ou nenhum, porque sim ou que não?, para ser partilhado ou para ser deitado no lixo (preferiencialmente o ecoponto azul).

Mas precisamente por ser gratuito fácil dá-lo ou distribuí-lo, é importante deixar claro aquilo para que este texto serve e não serve:




f i l h a   da   p * * *   n ã o     é:



*   um objeto para converter, ou para impor opiniões ou crenças
*   uma tese de caráter académico ou científico
*   um manifesto filiado a uma ideologia (comunismo, liberalismo, anarquia...)
*   um documento deísta ou ateu, católico ou anti-católico
*   uma acusação ou ataque a maneiras de pensar ou viver



f i l h a   d a   p * * *     é:



*   um texto para ser lido por prazer, por entretenimento
*   uma abordagem a assuntos geralmente reservados a um vocabulário erudito
*   uma tomada de modos rudes, brejeiros, obscenos — e contudo válidos — da língua
*   um exercício de imaginação mais do que de persuasão








Se isto não está à venda, onde está?

Estará um pouco por aí, disponível de formas diversas: nas prateleiras de uma biblioteca, na bancada de um café, num dispensador público. Mas também é possível recebê-lo por correio (território nacional) ou em mão (área da grande Lisboa).

Se és uma pessoa individual (ou um grupo de amigos) e gostarias de dar o poema a alguém, poderás receber um pequeno pacote de exemplares, gratuitamente, sem ter de dar qualquer explicação.

Se fazes parte de uma associação, podemos planear uma tiragem maior, ficando o nome/ contacto/ logotipo da associação incluído nos respetivos créditos.

Se apenas estás aqui por curiosidade, a tua presença não é em vão; deste lado há a esperança de ouvir a tua opinião ou comentário (email no rodapé). Porque afinal um texto só existe através da imaginação de um leitor; e a imaginação, tal como a sexualidade, é assunto da mais espontânea intimidade, seja da minha, seja da tua.